Quando me perguntaram o que me faz feliz nesta caminhada a passos lentos e trôpegos, eu respondi: Eu sou feliz!
Me coloco diante do espelho e vejo a figura de uma pessoa que sorrateiramente veio perdendo suas curvas como se pudesse ter driblado a irresistível ação do tempo. A flacidez, as manchas, as rugas e a queda dos cabelos são as verdadeiras testemunhas de quem ultrapassou há muito a esquina dos prazeres.
Procuro pelos velhos álbuns de fotografia. Não me conheço mais. Aos 15 anos, formatura de ginásio, aquela figura em vestido de gala sou eu! Sou feliz ao saber que fui bela e cortejada um dia. Mais feliz por ter alcançado a terceira idade quando tantos colegas já partiram.
Nenhum bem material ou ter um milhão de amigos, nada foi responsável para segurar a morada da felicidade dentro de mim.
Ser feliz é sentir-se rodando dentro do ciclo da vida, passando pelas primaveras e invernos conscientes de nosso desempenho numa estrada que não sabemos onde ou quando termina...
Aprendi a ser feliz me espelhando no passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário