Ontem choveu com vontade de molhar bem os canteiros do jardim, tivemos um friozinho agradável e dormi como um anjo. O dia amanheceu cheio de sol, com um céu muito azul, limpinho, ideal para o bailado dos passarinhos irrequietos. As formigas se recolheram para suas casas não sei onde, dando trégua as roseiras.
Fui até a cidade conhecer um mercado atacadista de produtos culinários com um preço tentador.
A escola rural municipal consistia de apenas uma sala onde os alunos eram divididos em grupos, primeiro, segundo e terceiro ano. Recem formada, sem absoluta nenhuma experiência, eu me sentia uma malabarista de circo. Enquanto uns alunos resolviam problemas de aritimetica e outros faziam a descrição de um quadro eu alfabetizava os menores. O diretor exigia que fizéssemos um diário, eu nunca consegui fazer o meu preparando o que iria ensinar no dia seguinte. Apesar de seguir um programa, usava de criatividade de acordo com o humor das crianças e o meu, dessa forma meu diário era feito com as aulas dadas no dia anterior.
Com a intenção de somar mais pontos para participar do concurso estadual de ensino, convidei adultos para formar uma classe à noite. Geraldo estava entre eles.
O rapaz queria tão somente aprender o alfabeto, muito bem ele conhecia todas as letras, mas escrever uma sentença não era tão fácil assim. Geraldo era o próprio Golias da Praça da Alegria, só fazia confusão. Muito jovem ainda morreu num acidente de caminhão. Fui me despedir dele no necrotério.
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