Com toda razão eles doem. Eles me carregam por mais de oitenta anos!
Quando era criança tudo bem, os pés eram ágeis e leves. Aos poucos saímos das sandálias para o salto alto, dos jogos e maratonas passamos a escalar montanhas, andar na praia e dançar todos os ritmos. Por mais árdua que a caminhada fosse os pés eram os primeiros a tocar o chão, sempre prontos a ir para a escola, trabalhar ou viajar.
Acaricio meus pés, eles são certinhos, sem calosidade ou deformados. Cuido das unhas, uso creme apropriado e relaxante, faço exercícios e massagem. Mesmo assim eles já não são mais os mesmos.
Meus pés doem. A dor do esporão. Só sabe a intensidade dessa dor quem tem o mesmo problema. Não há resposta positiva a nenhum tratamento, pode acontecer em qualquer idade, mas no idoso o desconforto é maior.
Uma senhora benzeu meus pés, acreditando ou não passei a usar a magia de três sementes, em crises mais fortes tomei analgésico, comprei palmilha de silicone e quando me doem apoio em uma bengala. Já não sou eu quem escolhe os sapatos, mas sim, os pés.
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