domingo, 19 de junho de 2011

cotidiano

Mãos


Olho pra minhas mãos. Seriam elas a parte mais importante do meu corpo?
Foi juntando minhas mãozinhas que eu aprendi a rezar antes de saber falar.

O trabalho das mãos me fascina quando penso se não as tivesse. Elas regem o universo dos meus desejos, ao mesmo tempo obedecem aos comandos do cérebro. Ao tocar as superfícies têm a habilidade de nos informar do macio, áspero, de quente ou frio, molhado, empoeirado ou nos alerta do perigo de um espinho.
Mãos que abençoam, acariciam e apertam outras mãos ao transmitir o calor da amizade. Mãos que reconhecem as expressões nos rostos dos que sofrem, apalpam e identificam as dores. Elas seguram a cabeça quando os pensamentos são confusos ou preocupantes, apóiam qualquer parte do corpo ao menor sintoma de desconforto.
Mãos que executam todo e qualquer trabalho, no campo, na cidade, nas casas mais simples e nos palácios. Apenas um gesto e são compreendidas em qualquer idioma. O mudo fala com as mãos, o cego vê com as mãos o artista pinta, compõe ou toca suas musicas.
Nenhuma palestra tem o mesmo efeito se as mãos não forem usadas para comunicar a expressão corporal. Caminhoneiros conversam com elas numa ultrapassagem. As mesmas mãos que distribuem panfletos nas ruas entregam flores e dão esmolas aos pobres.
Mas elas nada seriam sem o desempenho de seus dedos. Cada um tem a sua missão.
Olho para meus dedos e procuro entender a importância de cada um. Ao acidentar qualquer um deles nos conscientizamos da falta que fazem. Eles se movimentam com uma coordenação motora invejável. Desde os tempos mais remotos as mulheres tiveram seus dedos decorados com preciosas jóias, o anel de compromisso e a vaidade com o cuidado das unhas. O dedo indicador acusa erros, aconselha, indica e libera. Por outro lado usamos todos eles ao digitar a menor mensagem.
Com a vinda do telefone celular e a facilidade de enviar torpedos, der repente o dedão, também chamado “o pai de todos”, é o encarregado de sozinho apertam as teclas, rapidinho enviando uma mensagem aqui, ali ou do outro lado do mundo!
Do valor muitas vezes esquecido das mãos e dedos, faço hoje minha homenagem.

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