domingo, 24 de abril de 2011

cotidiano


                                                                                                               

Páscoa me faz lembrar pão, o pão que minha avó assava no forno de barro lá no quintal e cheirava longe. A gente esperava pra ver o pão saindo do forno quentinho, corado, depois embrulhado num pano  enquanto  o café coava no bule ao pé do fogão. Nem manteiga ou queijo cremoso nós tínhamos, era pão com café! A família toda reunida, aquele momento era Pascoa!
Hoje tem pão de tudo, aveia, soja, mel, grãos, batata, recheado, centeio, integral, italiano, espanhol, francês, mas não tem o pão que minha avó fazia. Antigamente conhecíamos apenas o pão de banha e o sovado. O cheiro do pão da madrugada sendo assado nas padarias era um convite para o desjejum. À tarde, lá vinha a carrocinha do padeiro, vendedor ambulante, com o pão ainda quente coberto, numa cesta de bambu. Ao toque da corneta saiam as donas de casa ao encontro do pão da tarde. Ninguém falava que o pão era um vilão, pão engorda, cuidado com o carbohidrato. Porque hoje brigar tanto com o pão quando ele é o alimento por excelência de toda a humanidade? O pão que esteve presente da idade das cavernas à mesa da Santa Ceia? Ele que é o mais referenciado de todos os alimentos até quando rezamos, o Pão Nosso de Cada Dia? E o pobre, famito, pede tão somente um pedaço de pão.
Os anos passam, ficam as lembranças...


terça-feira, 5 de abril de 2011

cotidiano

Estou às voltas convidando amigas com o objetivo de formar uma ONG. O propósito é ajudar crianças com deficiências múltiplas. Aos sábados, das 4 às 6hrs,  faço um "Happy Hour" na minha casa, com algo pra comer e beber enquanto trocamos ideias para o projeto em andamento. Os participantes contribuem com 2 reais apenas. Recebemos jornais e revistas para reciclagem, roupas e trecos para o bazar da pechinxa, vendemos nosso artesanato, no momento cachecois e gorros e aceitamos doações espontaneas. Uma vez por mês, feita a contabilidade,  compramos generos de primeira necessidade para atender a carência dessas crianças na Clinica Sayão. É um trabalho sem pretenções sociais, somos um grupo de abelhinhas  pulverizando o gesto de doar.