sábado, 17 de dezembro de 2011

artigo

O presente

Estou pensando em você, meu amigo secreto, ansiosamente esperando pelo meu presente. Primeiro a pesquisa, qual é sua cor preferida, seu hobby, seu interesse por arte, musica ou cultura. Decidido o presente, vem a questão da embalagem. A escolha do papel apropriado, laços, fitas, cartão, tudo para tornar o presente agradável aos olhos de quem o recebe. O momento da entrega faz parte do ritual, beijos, abraços e a torcida para o amigo dizer que era aquilo mesmo que ele queria.

Fui às compras. A principio fácil, sabia o manequim, a cor, a preferência, os desejos, mas eu precisava de algo que fizesse a diferença, que marcasse este Natal como se fosse o último. De uma à outra loja em vários shoppings e butiques, fui parar no comercio de rua e naveguei na internet numa busca incansável. Meu amigo secreto tem tudo, e tudo pode comprar, não há o que possa surpreendê-lo, e mais, ele vai rir do meu presente, fingir que gostou num gesto natalino próprio do momento.

Estava diante de um desafio ao qual eu não iria ceder. Foi visitando uma feira de artesanato que encontrei o presente perfeito ao meu amigo secreto: uma caixinha de madeira. Delicadamente esculpida com motivos que lembravam as quatro estações do ano, forrada em seda verde esperança, tinha seu interior dividido em pequenos compartimentos. Na parte superior apenas sobrescrito: 2012!

Entre goles de champanhe meu amigo rasgou o papel que envolvia o presente e se surpreendeu com uma caixinha vazia. A caixinha estava vazia porque cabia a ele colocar dentro de seus pequeninos compartimentos os projetos, os sonhos e as fantasias, as decisões e as estratégias de um bem viver em 2012.
Quando nos abraçamos tive certeza que havia acertado na escolha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário